domingo, 10 de janeiro de 2016

Confesso que não percebi


O primeiro-ministro do governo dos derrotados unidos/ secretário-geral do PS / chefe da geringonça, apelou a que os socialistas votem num de dois candidatos à esquerda: Maria de Belém, socialista ou Sampaio da Nóvoa, independente,
E os outros candidatos igualmente militantes do PS, Tino de Rans e Henrique Neto? E os candidatos dos sócios da geringonça?
Como é que um líder de um partido omite candidaturas de camaradas seus e dos seus sócios e promove uma de um independente?
Tudo isto quase em simultâneo com as declarações do presidente dos socialistas, Carlos César que apoia Nóvoa e do presidente honorário que apoia Maria de Belém.
Enfim, é esta gente que nos (des)governa e nestas pequenas coisas consegue-se ver que linha de rumo é coisa que não há por aqueles lados.

sexta-feira, 27 de novembro de 2015

40º aniversário do 25 de Novembro


Na passada quarta-feira, comemorou-se o quadragésimo aniversário do 25 de Novembro.

Quarenta anos sobre uma data em que, após alguns meses em que o país viveu uma quase anarquia, desgovernado e comandado a leste do muro de Berlim, se começou a voltar à normalidade democrática.

Quarenta anos sobre o final do chamado PREC.

Para muitos de nós, que éramos demasiado jovens para perceber o que se passava, ou nem sequer éramos nascidos, convém recordar um pouco do que se passou desde o 25 de Abril de 1974 até ao 25 de Novembro de 1975.

Foi um período em que se assistiu ao esbulho da propriedade privada, com nacionalizações ou ocupações que, em muitos casos, apenas levaram a falências, desemprego e diminuição da riqueza nacional, a perseguições que em bastantes casos culminaram em extradição não promulgada, a buscas e a detenções sem mandato e até a ameaças de pelotões de fuzilamento.

No 25 de Novembro, os militares moderados conseguiram começar a pôr a casa em ordem e, para isso, contaram com o apoio dos partidos a quem os portugueses tinham dado um sinal daquilo que pretendiam para o futuro do seu país nas primeiras eleições então realizadas.

Portugal encontrou então o rumo de normalidade, e com as eleições legislativas, presidenciais e autárquicas que se realizaram a partir de 1976 a democracia consolidou-se definitivamente.

40 anos depois do 25 de Novembro, entende o Partido Socialista que deixou de haver motivo para relembrar esta data na casa da democracia portuguesa.

Provavelmente para não melindrar os seus novos amigos ou, quiçá, por sugestão destes.

Provavelmente porque para além dos 3 acordos políticos e de outros tantos acordos técnicos que assinaram e são do conhecimento público, ainda haverá mais uns quantos acordos secretos para tratar destes e doutros pormenores e que a seu tempo iremos sabendo.

Mas, como na casa democracia aveirense ainda não estamos sujeitos aos caprichos das bancadas da extrema direita, extrema direita relativa à posição física em que me encontro neste hemiciclo, entende o CDS-PP que o 25 de Novembro de 1975 tem que ser lembrado hoje, e sempre que for preciso relembrar a alguns partidos o seu passado.

E, para terminar, nada melhor do que fazê-lo com uma citação.

“Passou na última 5ª feira o 35º aniversário do 25 de Novembro de 1975. A maior parte dos leitores jovens, desta breve crónica, talvez não saiba sequer do que se trata. E, no entanto, é, na história contemporânea de Portugal, uma data tão importante, para a afirmação da democracia pluralista, pluripartidária, e civilista, que hoje temos, como a Revolução dos Cravos.

Não tenho nenhum gosto de levantar polémicas passadas. Mas a verdade é que a memória histórica não deve ser esquecida. Sobretudo, quando os responsáveis de termos estado à beira da guerra civil, o Partido Comunista e a Esquerda radical - lembremo-nos dos SUVs e do poder popular - nunca fizeram uma autocrítica a sério do seu comportamento passado, como lhes competia.

Pelo contrário, continuam a pensar - e às vezes a dizer - que o 25 de Novembro foi uma contra-Revolução, que impediu que Portugal fosse uma Cuba europeia. Onde estariam hoje esses responsáveis - e os seus herdeiros - se tivessem ganho? Seguramente não viveriam tão bem e em paz como hoje, felizmente, vivem.”



Mário Soares, Revista Visão,1 de Dezembro de 2010


Intervenção proferida na Assembleia Municipal de Aveiro em 27 de Novembro de 2015


A partir de hoje volta a haver motivos para acordar da hibernação a que este blog esteve sujeito.
Até breve!

quinta-feira, 13 de março de 2014

A Praceta



Publicou o Diário de Aveiro do passado dia 9 de Março, na série Os Nomes que Vestem as Ruas, um artigo sobre a Praceta.

A Praceta, definida, única, apesar de há mais de quarenta anos ser classificada de rua.

A Praceta, local de tantas memórias, partilhadas por tanta gente.
A Praceta de onde se assistiu ao grande incêndio do quartel e onde semanalmente se parava para ver o hastear e arriar da bandeira do quartel da GNR, generosamente acompanhados das fífias do corneteiro de serviço.
A Praceta das corridas de bicicleta, do jogo do pião e das corridas de caricas nos lancis dos passeios.
A Praceta campo de jogos, quando não havia carros a estacionar por ali (excepto o famoso Citroen Dyane azul claro cujos guarda-lamas e portas tantas boladas levaram).
A Praceta das equipas de futebol que foram ganhando alguns torneios que a DGD organizava nos anos 70.
A Praceta que, se calhar por causa dessa prática desportiva intensa (e era mesmo intensa) acabou por, de entre os seus residentes, gerar um conjunto apreciável de treinadores – António Luís, Zé Alexandre e João Almeida no futebol, Paulo Silva e Miguel Araújo no basquetebol.

A Praceta que, ao contrário do que reza o artigo, nasceu como Rua Dr. Francisco Vale Guimarães no início dos anos 70 do século passado, passou a Rua Ferreira de Castro na febre de rebaptismos topográficos que se viveu em 1974, mas que, tranquilamente, voltou ao seu nome original pouco tempo depois.

Mas a Praceta, como centro do quarteirão formado pelas Ruas de Castro Matoso e do Loureiro e Avenidas Santa Joana e Araújo e Silva, é também, provavelmente, o bairro que mais autarcas deu ao Concelho de Aveiro nos últimos anos – Alberto Souto, Belmiro Torres Couto, Nuno Marques Pereira, Francisco Picado, Miguel Araújo e eu (e espero não me estar a esquecer de ninguém), todos passámos ou ainda estamos a procurar fazer um Aveiro melhor nos diversos órgãos autárquicos do nosso concelho.

Praceta ou Rua, são quarenta anos de histórias que assim brevemente se recordam.




Publicado no Diário de Aveiro de 14 de Março de 2014
Não subscrevo nem adopto o chamado novo acordo ortográfico

sexta-feira, 24 de maio de 2013

Limites e Limitações

1
Sou a favor da limitação de mandatos dos eleitos para cargos políticos, desde que a mesma se aplique a todos eles sem excepção. Como em Portugal isso não sucede, tenho de ser contra a limitação de mandatos dos Presidentes de Câmara e de Junta, sem que a mesma limitação seja extensiva a todos os restantes autarcas.
2
Sendo a minha formação na área da Gestão e considerando que um Presidente de Câmara ou de Junta é um gestor, e fazendo aqui a analogia com o que se passa nas empresas, parece-me que não faz qualquer sentido um bom gestor ter um limite ao número de mandatos que pode exercer, desde que, naturalmente, apresente os resultados que os accionistas (ou os eleitores) esperam.
3
Faz-me confusão como é que o Partido Socialista (e outros defensores da interpretação da lei que limita a possibilidade de eleição de um autarca, mesmo que este concorra em território diferente daquele em que exerceu funções) é a favor da limitação do número de mandatos que os Presidentes de Câmara ou de Junta podem exercer, a favor, dizem eles da renovação, mas aceita como natural e transparente que alguém que foi Vereador ou Vice-Presidente durante alguns mandatos, possa agora ser candidato a Presidente da (ou de?) Câmara.

terça-feira, 23 de abril de 2013

Recomendações


O Parlamento recomendou, por larguíssima maioria, que o Governo retire o pórtico do estádio da A25 (a única portagem de um troço urbano de auto-estrada em Portugal).
A Assembleia Municipal recomendou, por esmagadora maioria, que o processo dos parques de estacionamento subterrâneos em Aveiro seja suspenso.
E eu vou ficar confortavelmente instalado neste sofá à espera que as recomendações sejam acatadas.

terça-feira, 2 de abril de 2013

"Especialistas"

Ao ler em diagonal a versão revista do PENT, Plano Estratégico Nacional de Turismo, verifico que, no que respeita à Região Centro e ao turismo náutico, temos lá esta pérola:
"No turismo náutico, verifica-se a necessidade de divulgar a oferta de surfing".
Ou seja, para os "especialistas" que procederam à revisão deste documento, a região centro, que representará grosso modo 15% da linha de costa, fica-se pela divulgação da oferta do surfing...
Já quanto ao sailing, ao swimming, ao yatching e ao diving, dos senhores "especialistas" nem uma palavra? No fundo, muda o governo, mudam os "especialistas", mas a conclusão a que infelizmente se chega é que estamos entregues a uma cambada de ignorantes, pelo menos no que à realidade do país diz respeito.
Por último, vemos referências à Companhia das Lezírias, à Coudelaria de Alter e até aos garranos do Gerês. Tudo muito importante para o turismo nacional, certamente.
Mas, uma vez mais, sobre Aveiro ou a Ria de Aveiro, nem uma citação.
E sempre gostava de saber quantos são os turistas que anualmente visitam os garranos do Gerês, pois serão certamente muitos mais do que aqueles que, passando por Aveiro, aproveitam para dar uma volta de moliceiro nos canais urbanos da Ria e compram uma caixa de Ovos Moles como recordação da sua passagem por aqui.