Publicou o Diário de Aveiro do passado dia 9 de Março, na
série Os Nomes que Vestem as Ruas, um artigo sobre a Praceta.
A Praceta, definida, única, apesar de há mais de quarenta
anos ser classificada de rua.
A Praceta, local de tantas memórias, partilhadas por tanta
gente.
A Praceta de onde se assistiu ao grande incêndio do quartel
e onde semanalmente se parava para ver o hastear e arriar da bandeira do
quartel da GNR, generosamente acompanhados das fífias do corneteiro de serviço.
A Praceta das corridas de bicicleta,
do jogo do pião e das corridas de caricas nos lancis dos passeios.
A Praceta campo de jogos, quando não havia carros a
estacionar por ali (excepto o famoso Citroen Dyane azul claro cujos
guarda-lamas e portas tantas boladas levaram).
A Praceta das equipas de futebol que foram ganhando alguns
torneios que a DGD organizava nos anos 70.
A Praceta que, se calhar por causa dessa prática desportiva
intensa (e era mesmo intensa) acabou por, de entre os seus residentes, gerar um
conjunto apreciável de treinadores – António Luís, Zé Alexandre e João Almeida
no futebol, Paulo Silva e Miguel Araújo no basquetebol.
A Praceta que, ao contrário do que reza o artigo, nasceu
como Rua Dr. Francisco Vale Guimarães no início dos anos 70 do século passado,
passou a Rua Ferreira de Castro na febre de rebaptismos topográficos que se
viveu em 1974, mas que, tranquilamente, voltou ao seu nome original pouco tempo
depois.
Mas a Praceta, como centro do quarteirão formado pelas Ruas
de Castro Matoso e do Loureiro e Avenidas Santa Joana e Araújo e Silva, é
também, provavelmente, o bairro que mais autarcas deu ao Concelho de Aveiro nos
últimos anos – Alberto Souto, Belmiro Torres Couto, Nuno Marques Pereira,
Francisco Picado, Miguel Araújo e eu (e espero não me estar a esquecer de
ninguém), todos passámos ou ainda estamos a procurar fazer um Aveiro melhor nos
diversos órgãos autárquicos do nosso concelho.
Praceta ou Rua, são quarenta anos de histórias que assim
brevemente se recordam.
Publicado no Diário de Aveiro de 14 de Março de 2014
Não subscrevo nem adopto o
chamado novo acordo ortográfico